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PAULO MENDES DA ROCHA
Brasil
Quando completou 90 anos, em 25 de outubro de 2018, a imprensa brasileira o saudou como o maior arquiteto vivo do Brasil. Ele e Oscar Niemeyer foram os únicos brasileiros a ganhar o Prêmio Pritzker. Além disso, ganhou o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, a Medalha de Ouro Real do Royal Institute of British Architects (Riba), o Prêmio Imperial do Japão, o Prêmio Mies van der Rohe. E é o Presidente do Comitê de Honra do UIA2020RIO.
Paulo Mendes da Rocha formou-se em 1954 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, e em 1961 foi chamado por seu principal mestre, João Batista Vilanova Artigas, para ser professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Mendes da Rocha acabou sendo um dos expoentes da chamada Escola Paulista, liderada por Vilanova Artigas, movimento que se caracterizou pelo uso extensivo do concreto armado e de uma arquitetura crua, limpa, clara e socialmente responsável, com estruturas racionais e grandes espaços abertos.
Ao longo de sua carreira, produziu marcos arquitetônicos da cidade de São Paulo, como o Edifício Guaimbê, o Museu Brasileiro da Escultura, a Casa do Butantã, a reforma do prédio da Pinacoteca e o Sesc da 24 de maio, além de projetos em outras cidades, como o estádio Serra Dourada, em Goiânia, o Museu e Teatro Cais das Artes, em Vitória (Espírito Santo) e o Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, Portugal.
Em 1969, sob a ditadura militar vigente no brasil, foi proibido de continuar a dar aulas na FAUUSP, à qual só retornou com a anistia política no fim do regime de exceção, em 1980. Mendes da Rocha lecionou na FAUUSP até aposentar-se como professor titular em 1998.
Na sua indicação para receber Pritzker, o júri do prêmio citou sua "profunda compreensão da poética do espaço" e uma "arquitetura de profundo engajamento social". Na avaliação dos jurados, que incluíam profissionais mundialmente reconhecidos, como Frank Gehery e Rolf Fehlbaum, Mendes da Rocha produziu trabalhos reveladores de uma permanente busca de harmonia entre a arquitetura e a natureza enquanto forças congruentes.
Sua obra de arquiteto também o levou a uma intensa atividade como conferencista. Foi convidado para diversos eventos no país e no exterior, entre eles o seminário internacional do Colégio de Arquitetos de Málaga, Espanha (1990); a Less is more Exhibition, realizada pelo Colégio de Arquitetos de Catalunya (1996); a Anybody Conference, em Buenos Aires (1996); a XI Bienal de Arquitetura do Chile (1997); os Cursos da Arrábida, da Expo 98, em Lisboa; além de participar de ciclos de aulas e conferências nas universidades do Minho, Porto e Coimbra, em Portugal (1999) e na Escola de Arquitetura de la Coruña, em Santiago de Compostela, e na Sede do Colégio de Arquitetos da Galícia, Espanha (1999).