Em julho de 2008 comecei a pensar em realizar um Congresso sobre Eventos Adversos em Medicina. A escolha do título do Congresso foi uma boa discussão e com um grupo de amigos comecei a elaborar o Safety 2008.
Sem nenhum atrativo econômico, pois promover mudança de comportamento despertou muito pouco interesse do enorme segmento da saúde, aliado a preocupação de ter seu nome ligado a algo que pudesse lembrar o que não deu certo. O Safety 2008 saiu do papel e aconteceu em novembro de 2008.
Foram 8 mini conferências e 5 painéis, com 28 palestrantes e 18 moderadores. Tivemos alguns Eventos Adversos, mas gostaria de ressaltar: três moderadores não puderam comparecer, mas mandaram substitutos a altura e o horário foi pouco respeitado. Tivemos vários pontos positivos: nenhum palestrante se atrasou ou deixou de comparecer. O Congresso gerou uma série de discussões e esperamos que o tema saia dos corredores de hospitais e das discussões jurídicas e em breve faça parte de uma profunda avaliação acadêmica.
O Safety 2009 vai ampliar o debate em busca de soluções possíveis. Contaremos com palestrantes da área médica e de outras áreas, preocupados com a possibilidade do fator humano estar relacionado a alguns tipos de não conformidade em suas áreas de atuação. O público alvo será de médicos, enfermeiras, farmacêuticos, biólogos e demais profissionais da saúde.
Estão programados painéis com palestrantes ligados à indústria da aviação, engenharia nuclear, indústria do petróleo e a área de segurança pública que irão abordar como enfrentam os eventos adversos e acidentes em suas respectivas áreas.
Procuraremos motivar uma discussão trans-disciplinar sobre como transformar nossa prática profissional com ênfase na segurança, mas não abordaremos os aspectos jurídicos, atualmente motivo da maioria das discussões sobre o tema.
A necessidade de estudos em cognição e tomada de decisão em sistemas complexos e dinâmicos para o desenvolvimento de novas ferramentas para o sistema de saúde é mundialmente reconhecida. No entanto estas estratégias devem levar em conta os fatores culturais, não bastando tão somente importar metodologias de outros centros. Este é um trabalho que requer profunda adaptação em cada unidade de saúde que venha a sem implantada.
Dr. Alfredo Guarischi
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